terça-feira, 30 de setembro de 2008

Marcelo Nova e Raul Seixas-A Panela do Diabo

"Trecho de mim mesmo"ou "Biografia Não Autorizada, mas muito bem feita"



Um tapa sutil e sacana na massa encefálica.Dois marginais sendo seguidos por um terceiro.Foi como me senti ao ouvir esse disco em meio a fúria do "SEXO, DROGAS E ROCK´N´ROLL".Trindade por mim levadas até as últimas consequências.Nada sei sobre a catastrofe que se abateu sobre Sodoma e Gomorra e muito pouco sobre o Cartel de Medellin, mas bastou-me uma fitinha k7 de uns australianos para que esses casos tivessem um melhor sentido sob meu ponto de vista. Não recomendo o desenfreado nem o desmedido. Fui um dos poucos que sairam ,entre os mortos e feridos, mais ou menos ileso.Ao ouvir esse disco me descobri mortal, mas nem por isso parei de enfrentar o guichê ,nem para a "passagem" ou mesmo o "ticket to ride".Entre "BadTrips", mulheres, JackDanniel´s, Lucy em seu céu de diamantes e eu em meu inferno na terra.Só 3 coisas me traziam a "realidade":

"To live is to die"

"The End"

"A Panela do Diabo"

Em sua parte do óstraco foi lembrado por um filósofo sem escrúpulos, que,no formato de vinil,veio a ser uma de minhas maiores influências.Para o bem.E para o mal.Quando Raul diz"...jamais me revelarei!..." reconheço eu mesmo perguntando pra mim sobre segredos somente sussurados nas horas do sono.

Quase não sobrou ninguém para perguntar sobre aqueles dias e sobre o que aconteceu,e nem ao menos sei se isso é realmente importante .Lembro de me orgulhar por ter vivido vários deles. Alguns outros nem tanto.Sem contar os incontáveis que não me lembro.

Entre donzelas e putas, garrafas e agulhas, o céu e o inferno se encontravam com tanta frequência que já não se sabia mais quem era o quê.

Tudo era rápido, mas nunca indolor.

Dedicado aos que não chegaram.E aos que chegaram ...

Bem, a eles ,ter chego, deve ser o suficiente.

...and ,this is Rock´N´Roll...

...this is the Real one!


2 comentários:

Hellraiser disse...

Saudações, Joe.
Seus textos são tão cheios de interpretações que leva algum tempo até eu entender (ou não). Guardadas as devidas proporções, muitos desses momentos me são comuns (embora em cada um de nós eles gerem "experiências" diferentes). Raul sempre me pareceu um "elo perdido entre o terceiro mundo e os hippies" - e isso para mim, nascido e criado sob o signo do punk, era ruim. Eis que, tempos depois, aprendi com "Marceleza" que Raul, hippie ou não, tinha subvertido a ordem com suas idéias em forma de música e, principalmente, com sua filosofia libertária - oposta aos limites impostos por uma sociedade regida por pretenciosos "valores". Tropecei em meus preconceitos e cai de cara num sujeito anárquico, que nunca precisou usar uma camiseta com um "A" desenhado à mão nas costas, mas que teve mais atitude do que a maioria dos pseudo-punks (entre eles, esse que vos escreve).
Valeu pela postagem e mantenha o Farol aceso, tovarish!

BlackHammet disse...

Nossa Joe, seu texto é ... chocante, não tenho outra palavra no momento hehe Leio com tensão haah você é o cara! Ah, o div ficou bonito hein? Que venha mais!